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terça-feira, setembro 23, 2008

Passatempo

Tempo para aprender a ser paciente
Tempo para viver tudo o suficiente
Tempo para sorrir e continuar contente
Tempo para calar e ser obediente
Tempo para correr e ser eficiente
Tempo para parar ou seguir enfrente.

Tempo para fluir com mais leveza
Tempo para pensar com mais clareza
Tempo para falar o que vem na cabeça
Tempo para que a cabeça esqueça
Tempo para se sinta firmeza
Tempo para guardar toda a pureza.

Tempo para deixar de ser criança
Tempo para se ganhar confiança
Tempo para adaptação com uma mudança
Tempo para tornar a voz mansa
Tempo para colher toda a bonança
Tempo para cair na dança.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Rima incompleta

Numa tarde em guaxuma
Ou em telepatia?
No querer bem, sob distancia numa bússola
Ou em conversa CHATeada?
No coração apertado de saudade de um abraço
Ou em fotos que trazem lembranças felizes?
Na paixão pelo canto ou num eu te adoro solto de longe?
Na vontade dentro de mim
Ou na junção de nossas gargalhadas,
Quando a nossa canção vai ser completada?

Quando nascerá uma criança ritmada,
Sendo solta numa boca arreganhada,
Numa viola em tuas mãos sendo agarrada,
Na junção de nossas palavras,
E em toda a confusão de nossas idéias empolgadas?

sábado, julho 19, 2008

onde eu começo e continuo...

sou tudo aquilo que amo e odeio. Um conjunto de paradoxos que gera dentro de um corpo magro, branco e peludo, uma interminável mistura de tons de cores que está sempre se reorganizando. cores das mais foscas às mais extravagantes, que vão se movimentando dentro de mim, de acordo com sensações que experimento, no contato com meus prazeres e frustrações.
num início de noite de domingo, vendo uma matéria na tv sobre a carreira de michael jackson - que por sinal eu nunca gostei - percebi que o cara era um artista genial. depois disso uma coisa ficou martelando na minha cabeça: o que importa não são os fatos em si (o artista, no caso) mas o que eles representaram um dia.depois do pensamento concluído (ou bem matutado, talvez), decidi que ouviria michael jackson.
tenho achado ultimamente (ainda mais!) que o olhar-se é o remédio mais eficaz para todos os males. numa relação entre duas pessoas não há o vilão e o mocinho, e sim, duas pessoas cheias de falhas que passam o tempo inteiro tentando criar uma dinâmica. errando e acertando.
tenho gostado tanto dos resultados de alguns dos meus esforços que tenho querido mais resultados, cada vez mais. e tenho me irritado cada vez mais com minha preguiça, minha dispersão e minha pouca dedicação. tenho consumido, tenho consumido-me.
e tô sempre me perguntando sobre todas as coisas ao mesmo tempo. a impressão que me dá é que vai chegar um dia em que eu vou beber tanta água que acaberei conseguindo hidratar mais as minhas certezas sobre essas coisas...

segunda-feira, maio 12, 2008

Pluralidade

........Tipos diversos
..........Picos de egos
.....Tops em versos

.................Pics Ellus
.Tiques e lero-leros
.....Diferentes belos
........Diferentes, elos
.......Diversos: belos!

Olhos balconistas.

Tive a clara impressão - algo estranho desde já. como se ter clareza de algo se esse algo, sabe-se, é uma impressão? - de que existem dois tipos de comportamento: as pessoas mais um dia e as pessoas comprometidas/compromissadas.
As mais um dia arrastam ou são arrastadas pelos seus chinelos, sandálias, opercatas, saltos, tênis, sapatos ou o que quer que estejam levando seus pés automatizados pelo marasmo e tédio cotidianos. Acredito que elas nunca olham pra lua à noite para admirá-la. Ou dificilmente, pois têm olhos vagos demais para isso. Assim como não devem também beber de um bom suco ou comer uma saborosa tortilete e perceber se o alimento está ao seu gosto. Simplesmente os ingere por uma falsa impressão de que gosta disso ou daquilo.
Já as pessoas comprometidas/compromissadas , ah! Essas não.
Elas andam apressadas, geralmente. Seus passos carregam a tensão causada pela energia de um corpo/mente que sabe para onde está indo, porque, para quê e, principalmente: com quem. O "com quem" aí é o principal por que para essas pessoas o tempo não pode ser desperdiçado. Ou seja, com quem se está é com quem se quer estar/dividir. Seja meia hora, uma manhã de quinta-feira, um dia inteiro ou todos os inteiros.

Os olhos são atentos a tudo: promoções nas lojas, passos em falso, degradê do céu do entardecer, vestimenta mal-elaborada da mulher com quem cruzou há dois minutos etc. E passam o dia inteiro se cruzando esses dois tipos, formando variações entre um estado e outro. Promovendo diversidades aos meus olhos parados que, assim como meus passos, querem ir, mas têm de esperar.

(escrito em 07/maio/2008)

quarta-feira, fevereiro 20, 2008


É isso mesmo? enfim em fim?
Então no caso, descaso e aí vem meu descaso.
E se acaso enfim, procurares por mim,
Mesmo magoado, penso no caso
Te trago mil pares de flores.

flores para as dores
flores param as dores
amores pares de dores
flores. pares de amores
dores param flores
flores para amores
dores param amores,
dores de amores param as flores.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Sortimento vivo


Meus traços retos viram curvas num piscar de olhos. Num curvar de retas. Um desvio de rota. Mudares rápidos de idéias friamente pensadas, causados por impulsos corajosos munidos de paixão por tudo o que me cause surpresa. Medo sempre, estagnação, por favor, não! É que existem várias pessoas aqui dentro de mim. Todas diferentíssimas umas das outras, mas elas comungam de uma mesma vontade: viver muito.
Palavras têm sido-me escassas, nesse meio tempo em que tenho vivido. Lágrimas? tsk! Prfff! Há muito tempo não as tenho em abundância. Há algo de curioso no sofrimento: quanto mais o tempo passa, mais o sofrer me parece pertinente.
Talvez ele, o sofrimento, faça com que a felicidade me seja tão cara e intensa, quando estamos em poder ou companhia, um do outro. Sinto-me realmente poderoso e só consigo ser grato a quem me dê acesso a essa tão grande e sempre tão bem-vinda amiga.




"- A vida passou, você viu?
- Eu vi, e você?
- Eu vi... vi..."
(Bianca Ramoneda)

domingo, janeiro 27, 2008

Pequenos tesouros.


... percebeu de repente que jamais poderia perder seus diários. São uma espécie de tesouro. Vitais. Traziam-lhe imagens rabiscadas de um ser anterior, primeiramente puro, depois formulando suas teorias sobre as coisas e colhendo daí seus anti-corpos e depois, já pondo-os em prática, colhendo os frutos. Frutos que escreve agora. Suas incertezas atuais e diárias. Seu diário 2008: novo melhor amigo. Amigo que só faz-se ouvinte na maior parte do tempo. Amigo só rude quando consultado, carrasco apenas quando ele sente-se preparado para ouvir suas mais puras verdades. Exatamente por isso, tanto cuidado na escrita. Todas as palavras bem escritas que é pra quando sua letra, assim como ele, não for mais a mesma e as formas postas no papel sejam diferentes das que agora escreve, assim como a sua postura diante dos fatos, mesmo assim ele se reconheça.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Ciclo círculo.


esvaído depois de beber tantas doses de desilusão, entro num aquário e fico flutuando numa água turbulenta, feita de lágrimas que já derramei por alguns algos e alguéns. e agora, por dentro do meu corpo, as paredes ressecadas e o ar (também seco) que me constituem ficam implorando por alguma nova fonte de água/energia que os tirem dessa pessimista condição afinal, será difícil manter esse corpo flutuante - no meio dessa água toda - intacto e com suas partes ainda bem unidas/definidas, coladas uma na outra (há muito apenas na aparência, é claro!) por mais intervalos entre um desagradável evento e outro que tragam-no distração dessa realidade que o cerca. e a água, salgada de amarguras e frustrações, apressa-se em corroer de forma implacável e desrespeitosa esse corpo que repito: seco, secamente vê-se refletido turvamente no vidro do aquário.