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domingo, janeiro 27, 2008

Pequenos tesouros.


... percebeu de repente que jamais poderia perder seus diários. São uma espécie de tesouro. Vitais. Traziam-lhe imagens rabiscadas de um ser anterior, primeiramente puro, depois formulando suas teorias sobre as coisas e colhendo daí seus anti-corpos e depois, já pondo-os em prática, colhendo os frutos. Frutos que escreve agora. Suas incertezas atuais e diárias. Seu diário 2008: novo melhor amigo. Amigo que só faz-se ouvinte na maior parte do tempo. Amigo só rude quando consultado, carrasco apenas quando ele sente-se preparado para ouvir suas mais puras verdades. Exatamente por isso, tanto cuidado na escrita. Todas as palavras bem escritas que é pra quando sua letra, assim como ele, não for mais a mesma e as formas postas no papel sejam diferentes das que agora escreve, assim como a sua postura diante dos fatos, mesmo assim ele se reconheça.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Ciclo círculo.


esvaído depois de beber tantas doses de desilusão, entro num aquário e fico flutuando numa água turbulenta, feita de lágrimas que já derramei por alguns algos e alguéns. e agora, por dentro do meu corpo, as paredes ressecadas e o ar (também seco) que me constituem ficam implorando por alguma nova fonte de água/energia que os tirem dessa pessimista condição afinal, será difícil manter esse corpo flutuante - no meio dessa água toda - intacto e com suas partes ainda bem unidas/definidas, coladas uma na outra (há muito apenas na aparência, é claro!) por mais intervalos entre um desagradável evento e outro que tragam-no distração dessa realidade que o cerca. e a água, salgada de amarguras e frustrações, apressa-se em corroer de forma implacável e desrespeitosa esse corpo que repito: seco, secamente vê-se refletido turvamente no vidro do aquário.