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quarta-feira, março 07, 2007

Promessa pros cachinhos.



"Um dia, nem q seja qnd a gente tiver bem velhinhos, teremos um instrumento de verdade pra acompanhar a cantoria de nós quatro a tarde na praia, qnd eu chamar vc¨.
Foi a partir da lembrança de um domingo memorável que surgiu então essa promessa. Aaanos se passaram e os dois adolescentes tornaram-se adultos.
Separadamente juntos, dá pra entender?
 - Dá sim!
É só lembrar daquele seu velho amigo que se mudou pra uma cidade nos cafundores do Judas quando vocês só tinham 12 anos e ainda hoje, casados, mestrandos e doutorandos vocês ainda trocam cartões postais ilustrando finais de tarde lindos em praias e vilarejos em outros cafundores dizendo, mesmo tanto tempo depois, que só faltava o outro do lado pra tudo estar completo.
Pois bem, geograficamente eles quase nunca estavam próximos, mas o que é a presença física diante das certezas que só os sentimentos trazem? Tanto tempo e possibilidades de o amor e a cumplicidade entre os dois se desfazerem já havia ocorrido, mas seja onde fosse: a cada encontro, a cada abraço, a cada oportunidade de pegar um na mão do outro havia sempre uma ansiedade que se expandia com uma velocidade cortante dentro dele.
Ela era pra ele uma espécie de travesseiro macio.
- Quando é que se recusa um abraço, um aconcheguinho num bom travesseiro? Um ombro apto para sustentar seu rosto que, por sua vez vinha acompanhado do seu ombro também apto ao encaixe pra ela encostar o rosto dela, com seus cachinhos poeticamente vastos a cada abraço dos dois.
Valia tudo entre os dois. Até deixarem cair duas acanhadas lágrimas dos olhos, afinal era carnaval. Só deixaram cair duas lágrimas cada. Era inevitável depois de um “- Vou sentir saudades!” pela lembrança de que brevemente a geografia os seria mais perversa.
Justo quando a promessa que ele a tinha feito já estava tão próxima: andava pra cima e pra baixo com um caxixi, seu brinquedinho novo. Tshk tshk tshk tshk tshk tshk tshk tshk tshk tshk.

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