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quarta-feira, dezembro 12, 2012

Ganhando Voz

O que o silêncio anda querendo me dizer com suas nenhumas palavras? Qual é a dele? Que quer me dizer mandando recados e sinais? Se o silêncio não silenciar, só vai me restar com ele conviver e dele compactuar! Até que outros sons me atraiam. Eles têm me convidado e eu ainda em silêncio... mas afinal, quem o silêncio pensa que é pra falar alto assim aonde quer que seja, sem pedir licença? Ele pensa que é quem ou o quê? Um santo? Aonde acha que vai chegar? Jura mesmo que vai conquistar algo que foi perdido? Algo que não provoquei sozinho? Aliás, pra mim é sempre muito claro que uma relação é de dois, então silêncio, se é pra se estabelecer, se estabilizar, que dessa vez seja eterno. Que cale-se para sempre.
Porque é certo que a ti vou sobreviver. É Certo que em algum momento, quando você estiver quase me ensurdecendo os sentidos, eu não vou mais precisar da sua uníssona falta de sons. E você irá matar a si mesmo dentro de mim, com tanta insegurança calada. Tanta dúvida não falada e tanto descrédito sentido. É fato que em algum momento eu te quebrarei com minha fanfarra e minhas festas barulhentas. Por que sim, eu serei muito feliz. E até aprenderei a te apreciar quando necessitar de uma pausa e limando-te quando cada uma das minhas pequenas vitórias me abraçarem. Silêncio, aprende: a vida é assim. Nada é realmente certo. Mas não é por isso que você precisa ser sempre tão invasivo e avassalador. Sempre trazendo sua marca, (re)calcada de precauções e medos. Portanto, você não precisa silenciar porque algo foge do seu controle, quando um som invade a janela ou quando nos espaços onde você invade, encontra outro silêncio. Silêncio, eu te amo. Mas ando cansado de brincar contigo. E se calado ficar, calado ficarei. Para todo o sempre, amém... (Silêncio)


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