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segunda-feira, dezembro 10, 2012

Sobre dissabores


Ir pra Augusta, decidir chutar o pau da barraca, entrar num bar e ficar com quem dá na telha, é fácil. Às vezes é até saudável. Todo mundo acha ótimo e quer. Não gosto de falso moralismo e acho irresponsabilidades casuais ótimas.
 Eu já quis. Não foi na Augusta, mas já fiz...

Segurar TODO o rojão que isso traz, é pra poucos!
E eu posso dizer que já segurei. Ah! Segurei. E me submeti, e chorei. E sofri com as imprevisibilidades e revoltas que isso traz.

Abrir a caixa de Pandora é um perigo! Agir por vingança, igualmente. Abrir a caixa por vingança, pior ainda.
Por que nos momentos que antecedem o gozo de sentir o pé na jaca são de um prazer e adrenalina assustadoramente tentadores, e nada mais tem muito peso. Já o susto seguido do pânico que sucedem a experiência vivida nos traz um desespero de sentir o caminho sem volta por nós traçado é cortante. Nesse momento já não se sabe mais o que é dor física, causada pela ressaca do álcool e o que é dor psicológica, causada pela inconsequência.
É, nesse momento só rezando pra Deus, tomar muita água, jogar Engov pra dentro, tomar uma coca-cola  e comer muito feijão.
De resto, só conjectura. Espera-se compreensão, superação, bravura, amor. Mas a questão é que quando outra pessoa está envolvida nisso tudo, dormindo em casa, ela pode sofrer, mas ela pode também superar... e essa superação pode ser de várias formas.

Quem tem a bravura de agir, tem que ter a sabedoria de entender, respeitar e, se quiser, esperar.

A impressão que me dá é de que eu cheguei na beira do abismo mais alto e fui empurrado de lá de cima. Mas quem me empurrou não sabia, no momento da cólera,  que eu tinha um paraquedas nas costas e que eu tinha muito mais chances de me sair bem do que se imaginava. Agora que me vejo em direção ao solo, sentindo o vento forte batendo em mim e me penetrando, amassando a minha roupa, brincando com meus lábios, me fazendo fechar os olhos e me mostrando espaços que eu não conhecia, não sei se aciono o meu material de pouso e aterrizo no chão da forma mais confortável que puder ou se me deixo levar. Cair no chão, mudar a forma, me espatifar e ressurgir... porque assim sempre foi: eu me transformo.

E aí? Aguentarás as pontas?
Quem segurará o rojão?
E de tempo ainda tenho 9, 8, 7, 6, 5 , 4, 3,2...


 "Only one who hurts you can make you feel better"


4 comentários:

Bárbara Baptista disse...

Lendo, relendo e trilendo, me pergunto pq cargas d'água não venho aqui com mais frequência??? Xu, você tá incrivelmente visceral na escrita, e isso é ótimo!
Duma minúscia e delicadeza cortante na verdade!!!
Revirando o seu blog pra me atualizr dos teus apócrifos, em 3,2,1... Já!!!!
Tá escrevendo muitíssimo bem!!!!
=*

ISA disse...

Me identifiquei tanto! <3

Mistikka disse...

obrigado, meus xuxuris!

aquático disse...

eu acho que você tá num momento interessante... mas sei lá, nem me pergunte o que seria isso. rs. gostei das palavras aí.