Seguidores

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Mil desculpas!


"- É, o problema é esse. É que eu sou complicado e completamente não auto-confiante. Eu me transformei num alguém que nem eu mesmo sei porque está rindo, chorando ou programando alguma surpresa. Aliás, o que seria surpresa para quem está sempre decepcionando? O que seria realmente inimaginável, dentro dessa teia que eu criei de imprevisibilidade? Não sei. Só sei que é difícil manter esse silêncio profundo em que me encontro, onde tanta besteira é falada, gritada, cantada e sorrida e o que realmente importa está sempre guardado. É sempre trancafiado, na tentativa de não causar incômodo. Na verdade o incômodo acaba que se instaura, já que a fuga traz consigo uma série de imprevistos e um conjunto inteiro de peças de dominó que vão caindo uma por cima da outra e sendo assim é impossível, por vezes, a estrutura das relações não serem abaladas ou fragilizadas. É, o problema é esse. É que quando a gente é criança, as coisas são empurradas pra cima de nós. Um mundo inteiro de caos em cima de nossas cabeças. Seres pequenininhos recém-chegados, forçados a administrar dentro do nosso mundinho, onde ' - Cuidado, bebê! Não saia não que tem um bicho na porta da cozinha que pega criancinha que sai sozinha!'
Nossa! Quantas mudanças os adultos fazem o tempo inteiro sem nos consultar...
Aí meu amigo, só muita terapia pra aliviar tanto entrave.
Aí pra chegar e levar pra terapia, conta também quanto tempo você desperdiçou porque não conseguiu mais levar o barco. Por que terapia custa caro e eu ainda não tenho dinheiro pra suprir as minhas necessidades.
 Perdi o ano várias vezes no colégio.
Fiquei atrasado, inventando desculpas."

segunda-feira, dezembro 17, 2007

No que eus-into.



Todo
dia

um

novo
eu, um
portanto

segundoeu,
então
agora
dois,
percebe
que
a
solidão

tem
me matado.
milimetricamente

testado
em

estado

sólido
de carência.E tendo a
permanência
desta velha
companheira
que de
tão material
torna-
se

paupável
momentos
afável
nesse costume que se estabelece
de
um
com o outro.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Pensavento.

Todo dia eu me questiono sobre como acabar com a minha dispersão.
Todo dia me irrito comigo.
E todo dia eu faço tudo, menos o que mais importa: menos pensar e mais agir.
Por que o que interessa não são quais conclusões você chega sobre as coisas, e sim para que posição elas te levam. Quais são os lugares para onde elas te transportam. Não importa quanta maresia os meus cabelos estão recebendo agora, enquanto estou sentado aqui, no posto 7, se depois ela se esvairá por completo pelo ralo quando eu lavá-los com o mesmo shampoo de embalagem verde de todos os dias. Importa sim a grande quantidade de sensações sendo passadas para o papel com caneta vermelha, enquanto Lauryn Hill me diz "I used to love him but now I don´t" e meu queixo bate de tanto frio aqui,  vendo toda a orla de Maceió, ouvindo uma versão exclusiva da música da Lauryn feita só pra mim. Agora. Com o som das ondas quebrando ao fundo das batidas da música.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Atípico.


Péc! Péc! Péc! Péc! Péc!

Eu hoje , não sei porque, acordei com a cabeça assim: martelando. Doendo. Umas pontadas. E martelando. No meu tempo, sabe?!
Mas martelando, martelando, martelando, martelando:
Péc! Péc! Péc! Péc! Péc!

No meu tempo: meu teeeempoooo.
Tempo... O vizinho lá de cima tá montando o armário embutido dele. Tooodo contente com a nova aquisição. O coitado só tem essa hora de folga pra montar o armário. Aí eu acordei já assim:
Péc! Péc! Péc! Péc! Péc!

A cabeça doendo e o meu dia martelando. Papéis pra assinar, bocas pra beijar, pães pra comprar, espetáculo pra ensaiar, e a cabeça a martelar:
Péc! Péc! Péc! Péc! Péc!

terça-feira, setembro 11, 2007

E aí do nada, num domingo...

(foto de Larissa Lisboa)

Sou tudo aquilo que amo e odeio. Um conjunto de paradoxos que gera dentro de um corpo magro, branco e peludo uma interminável mistura de tons de cores que está sempre se reorganizando. Cores das mais foscas às mais extravagantes, que vão se movimentando dentro de mim, de acordo com sensações que experimento, no contato com meus prazeres e frustrações.
Num início de noite de domingo, vendo uma matéria na tv sobre a carreira de michael jackson - que por sinal eu nunca acompanhei - percebi que o cara era (É!) um artista genial. Depois disso uma coisa ficou martelando na minha cabeça: o que importa não são os fatos em si (o artista, no caso), mas o que se representa.
Depois do pensamento concluído (ou bem matutado, talvez), decidi que ouviria o "rei do pop".
Tenho achado ultimamente (ainda mais!) que o olhar-se é o remédio mais eficaz para todos os males. Numa relação entre duas pessoas não há o vilão e o mocinho, e sim, duas pessoas cheias de falhas que ao interagirem, modelam uma uma dinâmica. Errando e acertando.
Tenho gostado tanto dos resultados de alguns dos meus esforços que tenho querido mais resultados. Cada vez mais. E tenho me irritado cada vez mais com minha preguiça, minha dispersão e minha pouca dedicação. Tenho consumido, tenho consumido-me.
E tô sempre me perguntando sobre todas as coisas ao mesmo tempo. A impressão que me dá é que vai chegar um dia em que eu vou beber tanta água que acaberei conseguindo hidratar mais as minhas certezas sobre essas coisas...

sexta-feira, agosto 31, 2007

De-lírio cotidiano.


A verdade é que nós somos muito jovens. Muito jovens pra tantos processos evolutivos. Não adianta. Não há tempo para os equívocos, muito menos para qualquer tipo de anti-seleção natural.

Tshhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

Posologia:
AGITE-ME ANTES DE USAR
e só assim sentirei a tua falta quando fores.

Tshhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

- EEEi! Quando for comprar pão, lembre-se de olhar pros dois lados da pista, lembre-se que tem um pitbull no portão cinza, leva o guarda-chuva que tem uma núvem carregada no céu esperando nosso vacilo. Se chover, lembre-se que a calçada da 95 é ingrime: molhada desliza.
Cuidado na vida, amor! Nem sempre estarei lá, por isso que te explico...
Então, olha: compra dois pães seda. Compra também daquele que vem com queijo ralado em cima. Não sabe? Aqueeele! Aquele que é redondinho. Ó, mas compra ele mais escurinho em cima. E quanto mais queijo ralado, mais eu gosto tá? Nããão, não se irrita. Tá bom, vai. Ó, desculpa. Eu falo muito. Eu sei, mas é que assim não dá brecha para engano...

Tshhhhh...

Pééééém! Bip! Fon foooooon! Uéééééééuuum uéééum uééééééééééééééum! Brrruuuuuuu! Pucutú! Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrr! Vruuuuuuuum!

Tshhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

"Você deságua em mim e eu oceaaaaaano.
E esqueço que amar é quase uma dôôôôô
ô U ôuuu
Só-sei-vi-ver-se-for-por-vô-cêêêê...."

Tshhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!



- Adoro o termo"posologia"! Cai bem. Dá um caimento, né? Um acabamento, na frase. Acho aprimoramento no modo de usar a palavra.

- Eita, acheei, menina! Num é que tava aqui, no bolso de trás?! Ai, esse celular é muito pequeno!

- ????????????????!

- ?????????????????

Tshhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

(Impressionante como as pessoas não se ouvem. Houve algum momento na história onde ela, a estória foi muito mal contada. Depois daí, a história mudou de figura. Todo mundo virou bilíngue, poliglota. E mais margens para mais equívocos... Mais frases não ditas, momentos dispensados, pessoas esquecidas, teorias quebradas. Como essa rubrica).


Sem mais equívocos, antes que a minha criatividade me traia.

PONTO

domingo, agosto 26, 2007

Sobre o que eu preciso.


Preciso de fotos novas.
FOTOSNÃOMINHASNEMDENINGUÉM. Fotos que emocionem, apenas.
Preto no branco, coloridas, não importa.Contanto que sejam fotos que mostrem invisibilidades. Discrição. Flores nascem todo dia, aonde tiver grama verde. Ou amarelada. E ninguém nota, ninguém pára para o que está acontecendo, então para quê? Para que tudo isso? Alguém teria a resposta? E a pergunta?Alguém mais a faz? Alguém mais se faz? MUITOESQUISITO. Muito esquisitos, muito esquecidos de pequenos detalhes. Pequenos prazeres. Estouramos plásticos-bolha e nos policiamos logo em seguida "porque isso não é uma idiossincrasia: é uma neurose e precisa ser tratada. POLICIADAURGENTEMENTE!" (balãozinho de pensamento).
Preciso de fatos. Uma alavancada com boas percepções. PRECISODEFATOSSÓMEUS. Com as cores, cheiros e pessoas que eu gosto. Com flores para ver nascer. E cheios de breguices e clichês. Que assim fica difícil de esquecer. Difíceis de não serem lembrados e citados. Lembranças que se tornem básicas ou banais como feijão com arroz. Mas ainda sim, o bom e velho feijão com arroz.




quinta-feira, agosto 23, 2007

Longa vida ao chapéu!


É uma superação, cada dia. É uma superação me sentir criança: 24 anos, desilusões, problemas de coluna, traumas, falta de dinheiro, desamores. Mas ainda sim, correndo no meio do teatro. Aquecendo o corpo pra entrar em cena brincando de pega com mais 6 criançonas. Os corpos exaustos de um final de semana difícil, mas muita vontade de seguir em frente. Longe é um lugar que existe dentro da gente*. 5 anos que eu vi passar amando cada vez mais cada uma das pessoas que fizeram parte desse ( sendo paradoxal ) sonho real.
Doar-se ao exercício de ouvir, absorver, respeitar é sem dúvidas um enigma. Existe todo um processo de aceitar-se para aí sim, depois, aceitar observações de segundos, terceiros e minutos, horas. Horas de conversas, horas de observações. 5 anos de muita doação. Muita credibilidade. Muita química, também. O mesmo prazer em brincar de pega no teatro, o mesmo prazer em descobrir a música, o circo, a dança e, principalmente, o nosso querido e respeitável pai: o teatro.
Parabéns pra nós da Cia. do Chapéu. Que nossas afinidades cresçam e que as nossas trocas mais ainda. Mesmo nas distâncias.

* trecho de , livro de Bianca Ramoneda.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Cá com os meus botões...


Além, muito mais além do que qualquer pesamento vago ou qualquer simples idéia, um objetivo pode transformar a forma de sentir de uma pessoa. Estar diante de uma opção importante a ser feita pode trazer à tona um certo auto-controle que ás vezes não é por nós sabido. Esse auto-controle já existia, sendo que estava intocado lá dentro. Protegido pelos pensamentos vagos, desejos descartáveis que a gente sente à todo momento.

Para onde isso nos leva, depende de cada um, né? Até onde você consegue ser racional, frio e calculista? Ou, até onde você consegue se manter firme, pés no chão com o que você traça como meta? O aprendizado, ou, o descobrimento desse auto-controle têm me instigado bastante, ultimamente.

terça-feira, julho 03, 2007


foco. por uma simples questão de desvio a atenção vira-se, em tensão, para outro lado. intenção precisa de determinação. jamais de obstinação. toda idéia, pra sobreviver, precisa de uma atualização. pensando nisso esse blog, que foi, inicialmente criado pra falar do amor romântico, ou melhor, da minha percepção acerca do amor romântico, encerra, temporariamente (?) essa fase. por uma mudança de foco. segundo um amigo, "as pessoas não mudam, o que muda é o foco.". não sei se mudei, mas sei que o amor romântico não é mais o meu foco. não por enquanto. incredibilidade não. apenas uma questão de praticidade. o que não satisfaz é muito pouco "e pouco é um pouco demais". (parabéns, moska!). quem sabe um dia eu volte a falar de amor. já que, repito, não deixei de acreditá-lo. apenas não faz sentido pra mim no momento.

então, que tal por outros amores em pauta? isso. outros focos. o teatro, por exemplo? esse amor sim, sinto-me bastante estimulado a falar e sentir... é que amor é assim, não dá pra ser sentido sozinho. é doloso, visceral ainda. Mas de uma forma que não me apetece.

;)

quinta-feira, junho 28, 2007

Tempo, tempo: mano velho!


impressionante como o relógio tá sempre apressado. engraçado como depois de uma decisão, às vezes, toda a ordem do nosso universo muda e sonho vira passado aí, tsk! hora de se acostumar a cair em novas redes..."eu te amo" ? não quero mais. tudo balela.tudo que venha dessa frase para mim, a partir de agora me soa como uma trivial conversa paralela, para me atrapalhar, perder o foco: andar e voar afora. Ficou no lugar dos sonhos a verdade em mim impregnada:o que vale mesmo é um sorrisinho irônico de quem observa qualquer movimentação nem tão segura e determinada para que mais tempos e outras coisas boas eu tenha como reserva.




terça-feira, junho 26, 2007

Laudo pessoal e intransferível.


um, depois outro, depois outro que, por sua vez se transforma em outro, e assim saio dançando nessa espécie de dança de mutação onde sou dono e único causador do meu destino. até que alguma energia maior me torne descompassado.


sou desastrado, mas tento não pisar no pé de quem tenta acompanhar meus passinhos. as vezes repito uma mesma coreografia, mas só se sentir que ainda não explorei o bastante o seu ritmo. como os passos dependem do ritmo que embala essa dança, estou sempre atento aos sons. estou sempre musicando minha vida.


ah! e, como bater quatro pés no chão faz mais barulho do que os meus dois sozinhos, estou sempre procurando mais dois, quatro, seis, oito (e por aí vai, podendo essa conta ser ímpar também... ): juntos é mais fácil.


tento inserir de vez em quando a minha voz na dança. por que quando a música é realmente estimulante não consigo me controlar. tenho que dizer da minha própria boca que sei o que estou dançando, sentindo, vivendo.


e gosto de trocar muito os passos. quero trocar sempre, muitas vezes, sempre que possível, pra que a dança não deixe de se transformar em outra e outra e depois outra, que por sua vez se transforma em outra...


... pronto. eis-me aqui: isaac xuxu


:)



ao som de björk, às 05:30 - i see who you are.

segunda-feira, junho 11, 2007

Cíclico.

Carinho, muitos beijinhos
Entre dois à busca
De um mesmo caminho:
Juntos,
Rosto com rosto coladinhos.
Mão segurando outra mão,
Passinhos,
Passar horas e horas conversando
Dizendo bobagens que não se diz,
Prometendo coisas
Mesmo que pra se arrepender depois.
Mas que por enquanto
Fazem todos os sentidos.
Dois sentindo
Tudo igual
Formas diferentes
Fôrmas diferentes
Deitando uma sobre a outra,
Gotas,
Lençol molhado,
Mãos apertando,
Bocas mordendo,
Beijando,
Lambendo,
Olhos fechando.
Olhos acordando,
Mãos caminhando,
Novamente,
Ainda há muito o que andar...
Juntas.


feliz dia dos namorados para todos!

terça-feira, junho 05, 2007

This is not a love song too


Luz,
Muita luz
Pra quem aprendeu.
Viu de forma bem clara:
Depois que acreditou,
Perdeu.
Apostou: sofreu!
Efeito e causa...
Tudo assim.
Tudo pelo avesso,
Tudo certo,
Já que parece
Que o amor
Segue
Sua própria lógica.
E é lógico
Que lavou o rosto,
Olhou pro espelho,
Tentou apalpar
Algum oxigênio.
Respirar
Era o que precisava.
E então
Mar à vista.
Solidão e...
Maresia acalmava
Então
A fome corrosiva
Do celular que não tocava
Dizendo "volta pra casa..."

Para um menino despertando.


Solzão espaçoso para dois olhinhos
Ainda despreparados pra tanto dia,
Tanta luz a querer entrar na retina
Por isso a mãozinha pra cima.
"Mas ainda há muito a aprender!",
Ele afinal pensou...
E aí um esboço de sorriso
Se deu no rostinho.
E nem percebeu:
A luz que havia
Não vinha só de fora,
Era uma só que se fazia
E se enroscava com a que tinha
Dentro do dono dessa mãozinha
Pra que ele vivesse mais um dia.

para Dyoggo!

sexta-feira, abril 27, 2007

Dança comigo?


Voei.

fui nas núvens

Desci

E pra elas voltei

Quando te abracei.

E há uma semana danço contigo.

Enquanto fico bebado com teu cheirinho.

Doce.

Não conseguiria

deixar de sorrir

Vendo teus olhinhos

Se abrirem

Depois de sentir

Minha língua sair

Dos teus lábios grandes.

Lindos.

Cor-de-rosa

Só meus.

terça-feira, abril 24, 2007

Cotidianamente.


"Eu não estava inteiro quando lhe machuquei. Uma parte de mim não queria, a outra nem notou"
(FLÁVIO RABELO)




Dorme,
Dorme que o corpo pede um travesseiro
Que tudo tem seu tempo
E eu não tenho pressa,
Só quero que você fique leve,
Entregue.
Meus braços esperam o teu abraço e,
Enquanto você dorme,
O café fica pronto assim como eu,
O leite ferve e a musica te desperta.
Um beijo:
Bom dia!

Impressões...

Para todo coração que pulsa: vida.
Para toda vida: sentimento.
Para todo pensamento: filosofia.
Para toda filosofia: coletivo.
Para todo coletivo: singularidades.

....

sexta-feira, abril 13, 2007

Já foi.


Eu fui la na tua casa
Coração queimava em brasa

Só pra te dizer amor,
Vem ver esse sol se por

Eu você, nós dois a sós

A desatar nossos nós.


Eu fui la na tua casa
Coração queimava em brasa...

Mas se você não me quer mais
O que eu vou dizer pra te convencer?

TSK! Feche a porta quando sair

Que eu não vou fugir:

Vou ficar aqui.


Me lembrando de nós dois

Vou sorrir logo e depois

Não vou mais me iludir.

terça-feira, abril 10, 2007

Saudadezinha


Tarde apagando,
Quase noite no meu céu
E eu sozinho aqui
Nesse banquinho ao léu
Se eu pudesse , meu amor
Você iria saber
Que o que eu gosto mesmo
É de ninar você...

Querendo ter um aviso teu
De que o amor ainda não morreu
Pois é você quem me faz bem:
Meu maior bem
Querendo olhar nos teus olhinhos
Te dar abraços (bem) apertadinhos
Enquanto o dia leva a noite fria:
Minha alegria

segunda-feira, abril 02, 2007


Tenho tido saudades. Tenho tido lembranças de quando era mais fácil ser mais direto. Tenho tido muitas imagens que me mostram o quanto era mais sadio ser insano e corajoso. Ter mais fé na força dos eu te amos que eu ouvia... hoje em dia é tudo tão escorregadio... só resta uma sensação de unidades. Um mundo cheio de unidades, é o que existe. Unidades que as vezes se somam, mas que muito facilmente se subtraem. Dízimas dizimadas dizem nada. Desentenderam-se.
...
Bom, o fato é que com tantas subtrações que fui sendo submetido, o que ficou foram os ganchos que me apoiaram pra me fazer voltar a somar e as vezes (olha só!) até multiplicar.
...
TSK! É só saudade mesmo. O que é bom, pois isso demonstra que pelo menos por um momento - pelo menos no momento em que o meu saudoso passado era me dado de presente - valeu sim muito a pena, já que é tão guardado, amado e velado por mim. Num lugar com temperatura ambiente e tudo pra não morfar, manchar ou se desgastar.


post à doce lembrança de Bruno.

quarta-feira, março 28, 2007

O ditado do amor rimado.


O que eu lembro é do meu peito aberto

Assim como meus braços pro teu abraço

Depois que me disse que era tudo incerto

E me deixou sozinho aqui nesse cansaço.


Aconteceu que depois amanheceu

Enquanto o amor dormia,

As crianças choravam por peito

E do meu leito você fugia.


Acabou que quando você voltou

O espaço que era seu diminuiu

Imprensado pela dor que ficou

No lugar do amor que você não nutriu.

Vira-lata


Quanto mais eu te odeie

Mais tenha a certeza de que

Eu te amo.

Quanto mais eu tente limar

O limão que tua lembrança

Azeda no meu pensamento,

Mais tenha a certeza de que

Há um ímã repartido,

Pedaço no meu,

Pedaço no teu.

Partido.

Mesmo que eu tenha tanto querido

Já ter te esquecido,

Mais eu te odeio

E mais estar sem você

Me soa esquisito.

Mais minha paz

Eu tenho esquecido

E mais dias vão passando

E eu com essa cara de cachorrinho sofrido.

sexta-feira, março 16, 2007

Tsssss...

Eu não tenho nada a dizer porque quebraram minhas mãos.
Vedaram a minha boca no momento em que quebraram minha linha de raciocínio emocional.
Estou sem.
Estou nem.
Já que o que importava não existe mais.
Estou só, pelo meio.
Sozinho.
Por enquanto pozinho.
Um pozinho tentando ser massa.
Querendo expandir minhas moléculas.
Querendo ocupar mais espaços.
Estico-me, mas é muito grande, o esforço.
Não que eu não precise, não que eu não mereça, mas simplesmente porque eu não quero.
Quero dormir e quero fazer um milhão de coisas.
Ao mesmo tempo.
Quero me sentir rodando,
igualzinho à grande bola azul de nome amarelo queimado.
Sentado.
Parado.
Quase repouso.
Mas suo.
Os pensamentos me desgastam.
Não quero mais pensar, já que penso: sangro.

quarta-feira, março 14, 2007

Eu e você
Eu querendo te comer
E você a mercê
Padecendo sob o entardecer
e eu querendo te ter
Querendo merecer você
Que liga a tevê
Fica se distraindo sem nem ver com o quê
Cú doce pra quê?
Se é só deixar o desejo ser...

quarta-feira, março 07, 2007

Promessa pros cachinhos.



"Um dia, nem q seja qnd a gente tiver bem velhinhos, teremos um instrumento de verdade pra acompanhar a cantoria de nós quatro a tarde na praia, qnd eu chamar vc¨.
Foi a partir da lembrança de um domingo memorável que surgiu então essa promessa. Aaanos se passaram e os dois adolescentes tornaram-se adultos.
Separadamente juntos, dá pra entender?
 - Dá sim!
É só lembrar daquele seu velho amigo que se mudou pra uma cidade nos cafundores do Judas quando vocês só tinham 12 anos e ainda hoje, casados, mestrandos e doutorandos vocês ainda trocam cartões postais ilustrando finais de tarde lindos em praias e vilarejos em outros cafundores dizendo, mesmo tanto tempo depois, que só faltava o outro do lado pra tudo estar completo.
Pois bem, geograficamente eles quase nunca estavam próximos, mas o que é a presença física diante das certezas que só os sentimentos trazem? Tanto tempo e possibilidades de o amor e a cumplicidade entre os dois se desfazerem já havia ocorrido, mas seja onde fosse: a cada encontro, a cada abraço, a cada oportunidade de pegar um na mão do outro havia sempre uma ansiedade que se expandia com uma velocidade cortante dentro dele.
Ela era pra ele uma espécie de travesseiro macio.
- Quando é que se recusa um abraço, um aconcheguinho num bom travesseiro? Um ombro apto para sustentar seu rosto que, por sua vez vinha acompanhado do seu ombro também apto ao encaixe pra ela encostar o rosto dela, com seus cachinhos poeticamente vastos a cada abraço dos dois.
Valia tudo entre os dois. Até deixarem cair duas acanhadas lágrimas dos olhos, afinal era carnaval. Só deixaram cair duas lágrimas cada. Era inevitável depois de um “- Vou sentir saudades!” pela lembrança de que brevemente a geografia os seria mais perversa.
Justo quando a promessa que ele a tinha feito já estava tão próxima: andava pra cima e pra baixo com um caxixi, seu brinquedinho novo. Tshk tshk tshk tshk tshk tshk tshk tshk tshk tshk.

sábado, janeiro 27, 2007

toda a força do mundo...


mesmo sem querer é impossível não querer tentar
isso parece quase bancar o super-homem
e no meu estado seria quase impossível não chorar,
quero falar, escrever, mas os pensamentos somem,
o corpo se fecha numa tentativa de se auto-agasalhar.

alguma droga, algum narcótico, algum anestésico
que substitua tudo isso e não tenha efeito breve
alguém longe que me ofereça um analgésico
uma força que me impurre bem de leve.

é só um detalhe, só um ponto a ser observado,
é só uma inquietação que dói mas não derruba de vez.
me deixa sonolento, distante e por vezes bem calado
mas basta deixar o tempo correr, esperar o fim de mais um mês
o difícil é perceber que todo o desejo já se tornou passado.